Ser ou não ser

Mais uma vez eu vesti aquele vestido rosa e jeans, e saí. Mas algo estava diferente.

Eram duas da tarde e o sol não estava incomodamente quente. Isso era muito raro, e muito legal. O clima estava ótimo, e batia um vento agradável. E eu gostava de mim naquele dia.

Eu simplesmente, estava com uma boa auto-estima. Se alguém me olhasse na rua, eu não ficaria desesperada pensando no que havia de errado comigo, eu só achava que era por um bom motivo.

Eu andava de cabeça erguida, sem olhar pros lados, segura de mim mesma.

Não me sentia melhor, nem pior que ninguém. Apenas sentia. Sentia que gostava de mim do jeito que eu era, e ninguém abalava aquilo, ninguém me fazia desgostar de mim. Nada.

Eu andava sorridente comendo meus cereais com cobertura de chocolate e ouvindo Joyce Jonathan. E só o fato de saber que ninguém mais estaria ouvindo a doce Joyce Jonathan, já me fazia bem.

Até mesmo o cereal que caia me fazia sorrir.

Pra moça insegura e com a auto-estima baixa que eu sempre fui aquilo era ótimo. Mas o sol esquentou, e tudo voltou ao normal. Se me olhavam eu achava que não tinha espalhado o creme direito. Se passava alguma moça bonita, eu me sentia horrível.

Mas eu não me esqueci do que senti naquele dia, foi ótimo. Qualquer dia desses, quero sentir aquilo de novo, eu sei que as coisas devem ser assim.